segunda-feira, 18 de julho de 2011

ainda há tempo

escrevo porque dói. porque a realidade gosta de dar tapa, cuspir e amassar nossa cara. transforma a vida em um conto escrito por ela, onde escolhe o que quiser, desde as cores do céu até o meu estado de tristeza momentâneo de hoje.
o que seria da vida sem poesia? não só palavras, mas principalmente o sentir, o querer criar, transformar e mudar. não há nada mais terrível do que um texto quando não há comida no prato. não se pode comer a sílaba soluçante, mesmo que se queira chorar. não há poesia no papel enquanto não houver a liberdade, porque poesia que fica só no papel não é poesia.
poesia transborda, inunda, alaga o corpo inteiro. é algo que parece milagre, que faz querer crer em deus. e para onde foi? fugiu para baixo do tapete, foi se esconder longe daqui?
a poesia morre a cada bala perdida. tenta correr, mas não há fuga para a fome. não há para onde fugir, quando o lucro sufoca qualquer tentativa de ser. de ser mais. de querer. tentou escapulir para a lua, para o sol, para os amores ainda vivos, mas tudo é mais forte. a poesia acredita em mais do que somente nós dois, ela é maior, não consegue estar viva só com um amor ou numa música do chico buarque.

é preciso, ainda que com palavras doentes e sonolentas, força para continuar. é preciso, também, transformar a poesia no que ela deve ser: a realidade.

3 comentários:

Carinne Lira disse...

a cada frase lida um contentamento. Parabéns Pri! muito bom =)
você consegiu expressar mt bem o que as vezes eu penso mais nao sei dizer. acho tao bom quando isso acontece é inspirador!

B. disse...

Vou escrever como você quando crescer.
Fiz meu blog: http://www.des-a-tino.blogspot.com

Anônimo disse...

medíocre, porque sempre igual.